Tudo em nome da honra

Olho para dentro de mim buscando um motivo para continuar seguindo esse caminho.
Será que eu fiz as escolhas certas? Será que eu vou conseguir fazer tudo isso mais uma vez?
A obscuridade toma conta da minha mente, "alguém me ajude! por favor!". O silêncio é total é fatal, sinto que todos estão se afastando de mim. Por que? O que eu fiz de errado? Por que me olham assim? 
Tento me reerguer mais não consigo, cada parte do meu corpo está tomada por uma força maior do que qualquer esforço que eu faça para isso, sinto o peso da minha alma, ela está cheia, cheia de ódio, cheia de mágoas.
Ouço ao longe, uma voz. Sim, com certeza é uma voz! Espere, eu conheço essa voz! Não! por favor não se vá! Espere mais um pouco.
Começo novamente a perder a fé. Não! Não posso fazer isso, tenho que lutar contra tudo isso! Mas... Mas ha forças malignas trabalhando dentro de minha mente, um desejo doentio, um sentimento destrutivo...
Sou um soldado tão ferido para prosseguir, nesse lugar, a mim, nada restou. Não me importa mais, perdi a fé em mim, eu já não sou capaz. Sem uma luz eu temo me perder na escuridão. eu vou ficar aqui preso ao chão... Mas ecoando no ar, vindo bem de longe, há uma voz que diz "Não esquece quem tu és! Quem perdido está, se encontra na coragem, tenha fé em ti. Não esquece quem tu és!"... Penso novamente, olho para o meu redor, minha visão está turva. Não sei quantos estão mortos ao meu redor. Muitos amigos, companheiros. Não sei se sobreviverei para ver minha família mais uma vez, mais agora, aqui no meu campo de batalha, só tenho uma coisa a fazer...
Sou um soldado então, pronto para lutar, para ser livre em fim sou um soldado sim! 
Estou ferido, mas embora meu corpo diga pare, minha alma grita e esbraveja NUNCA!!! 
Tenho em mãos poucos recursos: Uma arma, Um rádio que só posso ouvir o chiado, um cantio pela metade e pouca munição... o que devo fazer?? Começo a minha "missão suicida". Vejo o sangue dos meus inimigos espirrando em suas vestes, pessoas que deveriam estar fora disso estão sendo mortas adiante, e agora?! Não posso perder o foco da missão, fui designado para apenas um objetivo, e é isso que eu vou fazer! continuo lutando... Barulho de metal caindo? Olho para baixo, meu Deus... e um estrondo... era uma granada, espere, mais estou bem, era uma granada de efeito moral...
Minha visão ainda está se ajustando, esse é meu fim, posso ouvir os comandos "matem-no! não podemos perde-lo de vista". Más de repente, uma voz conhecida... não posso distinguir ainda muito bem más ouço claramente o que é dito! "Aquele é o capitão da equipe 17! Tem certeza tenente? Tenho sim senhor! Vamos homens, precisamos ajuda-lo! Então ouço disparos dos fuzis de homens de outras equipes. Os gritos de agonia dos inimigos pareciam que nunca se calariam, ouço uma voz próxima de mim dizendo "Calma capitão, o senhor ficará bem...".  E então, como num passe de mágica, tudo se silencia...
Bip, Bip, Bip, Bip... Abro meus olhos, tento enchergar o que acontece ao meu redor, más as luzes são muito fortes. Um homem de roupas brancas aparentando uma média de 45 anos se aproxima de mim e fala algo com uma jovem que aparenta não ter mais que 25 anos! Ela sai da sala onde estou, em seguida o comandante da equipe Alpha aparece e me pergunta como estou, tento responder mais sou interrompido pelo médico, que diz " ele está muito debilitado ainda!"...
Alguns dias depois, recuperado, eu saio e tem um comboio de carros caracterizados me esperando. Saio por uma grande porta de vidro com o apoio de uma muleta e sou recebido com palmas, flashes e abraços de amigos...
Chegando na corporação, vejo uma arrumação diferente. Sou levado a uma bancada onde faço um pequeno discurso. Após isso vou para o hotel da minha corporação e peço a presença do Coronel da mesma. Ao chegar em meu quarto, ele carregava um envelope com o simbolo do governo federal e um selo oficial. Ele me olha por um instante, como quem arrumava coragem para me falar algo... -Já sei porque o senhor me chamou aqui!-disse a mim, em seguida me entregou o envelope. Ao abri-lo, me deparei com o seguinte titulo - Relatório oficial da operação contra o terrorismo batizada de Tempestade no Deserto.
Leio os planos táticos e em uma das ultimas páginas, me deparo com um titulo que me fez suar frio - Nº de baixas na operação 585 homens. Logo abaixo disso, tinha a lista de nomes e o número das equipes...
Equipe 3:-a do meu irmão mais novo- Todos os integrantes foram mortos em combate.
Mais abaixo... Equipe 7:-tinha grandes amigos meus nela- Todos os integrantes foram mortos em combate.
Então eu me segurei, pois sabia que havia sido a escolha deles...
Equipe 16:Todos os integrantes foram mortos em combate
Equipe 17: 19 mortos em combate, o único sobrevivente foi o capitão da equipe.
Nesse momento, eu me virei para o coronel e perguntei " o senhor está feliz com os resultados? E as famílias desses soldados? Eu perdi meu irmão e grandes amigos e companheiros de farda!" e ele com a maior frieza e calma do mundo me respondeu apenas " essa foi a escolha deles, morreram pela pátria e esse caso será arquivado e não deve ser levado a publico!", ele se virou e já ia saindo quando tirei de dentro da minha gaveta, munha Desert Eagle, apontei para ele e disse: o senhor fez a escolha errada ao mandá-los para la, sua consciência não pesa?- ele apenas sorriu sarcasticamente e disse - abaixe a arma soldado, você não vai querer fazer isso! não comigo tendo a minha segurança garantida pela equipe Alpha da corporação!- abaixei a arma e me levantei enquanto ele saia. Fui até o outro comodo onde se encontrava meu computador particular, escaneei e mandei os arquivos para a corregedoria nacional, contei o que havia acontecido e pronto, meu dever estava cumprido! 
Me dirigi ao banheiro do meu quarto, lavei o meu rosto e nesse instante ouvi a voz de meu irmão, peguei a arma, coloquei em minha boca e...
Ei capitão, capitão, acorde! Nós chegamos! seu irmão esta te chamando... 
Está tudo escurecendo, meu corpo está estremecendo, não sei mais se estou vivo, ou se essa é a sensação da morte!